O 7º semestre foram trabalhadas as interdisciplinas: Seminário Integrador VII, Educação de Jovens e Adultos no Brasil, Linguagem e Educação, Didática, Planejamento e Avaliação e Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.
Neste semestre foi novamente onde consegui associar a prática com a teoria. Na interdisciplina de Educação de Jovens e Adultos, por exemplo, fizemos um trabalho de saída de campo onde deveríamos escolher a proposta que desejarmos, onde envolvia educandos, educadores, histórico do aluno ou pesquisa sobre a EJA na região. Eu e minha colega Aline escolhemos a proposta 2 (http://postereja.pbworks.com/Proposta-2#) que era entrevistar 5 educadores da EJA (http://postereja.pbworks.com/Entrevistas-Educadores-EJA) e fazer uma análise sobre a visão dos educadores sobre a EJA, para depois elaborarmos um pôster (http://postereja.pbworks.com/Poster). O trabalho foi muito rico, pois conseguimos visualizar como os educadores vêem os educandos jovens e adultos na questão da identidade, linguagem, compreensão do funcionamento cognitivo em diferentes grupos culturais e elementos fundamentais para o trabalho bem-sucedido na EJA. (http://inestyska.blogspot.com/2009/09/eja.html).
O resultado do trabalho mostra que o educador está preocupado com o aluno, querendo propor atividades que sejam atrativas para os alunos. A maioria dos professores respondeu sobre a questão: Quais são os elementos fundamentais para o trabalho bem-sucedido na EJA?
“Que o professor parta do conhecimento do aluno, para com isso, possibilitar um crescimento cognitivo(trazendo elementos, experiências da realidade do aluno e sua comunidade para, depois, exceder a outros elementos-diferentes àqueles experimentados pelos alunos-que possibilitem o crescimento e o progresso cognitivo do aluno). Mudança no objetivo geral da EJA para o seu novo público (mais jovens, menos adultos). Uma mudança pedagógica e estrutural curricular nos cursos da EJA e uma adaptação escolar que mude o ambiente e o torne mais atrativo à permanência dos alunos (cafés, eventos comunitários,iluminação, festa, etc.)
Na interdisciplina de Linguagem e Educação, aprendemos que o letramento inicia-se muito antes da alfabetização, ou seja, quando uma pessoa começa a interagir socialmente com as práticas de letramento no seu mundo social.
Nesse sentido, um indivíduo pode ser letrado, mas não alfabetizado. Por exemplo, um adulto mesmo não sabendo ler e escrever pode pedir a alguém que escreva por ele, dita uma carta, pede a alguém que leia para ele a carta que recebeu, ou uma notícia de jornal, ou uma placa na rua, ou a indicação do roteiro de um ônibus etc. Essa pessoa não sabe escrever e não sabe ler, mas já conhece as funções da escrita e da leitura, lançando mão do alfabetizado. E a escola, uma das principais agências de letramento, muitas vezes não preocupa-se com o letramento, prática social, mas com apenas um tipo de prática de letramento, a alfabetização, o processo de aquisição de códigos (alfabético, numérico). O principal papel da escola não é mais o de mera transmissão de informações. Hoje, exige-se que ela desenvolva nos alunos a capacidade de aprender a aprender (pensar), o que subentende bom domínio da leitura e da escrita ( http://inestyska.blogspot.com/2009/10/praticas-de-leitura-escrita-e-oralidade.html.) Tal construção se dá pela participação do professor, criação de espaços coletivos para a ação comum, pela utilização de multiplicidade de linguagens e de novos códigos.
Na interdisciplina de Didática estudamos sobre o planejamento, para que? e como? Sempre gostei muito de didática e voltar a refletir sobre assuntos que fazem parte de nosso cotidiano como o planejamento foi maravilhoso. É preciso trabalhar com referências e para tanto precisamos ter em mente três questões básicas: o que queremos alcançar? A que distância estamos daquilo que queremos alcançar? O que faremos concretamente (em tal prazo) para diminuir esta distância? É como Danilo Gandin conclui:
Planejamento é elaborar - decidir que tipo de sociedade e de homem se quer e que tipo de ação educacional é necessária para isso; verificar a que distância se está deste tipo de ação e até que ponto se está contribuindo para o resultado final que se pretende; propor uma série orgânica de ações para diminuir esta distância e para contribuir mais para o resultado final estabelecido; executar - agir em conformidade com o que foi proposto e avaliar – revisar sempre cada um desses momentos e cada uma das ações, bem como cada um dos documentos deles derivados (Gandin, 1985, p.22).
Os temas geradores também fizeram parte da interdisciplina (http://inestyska.blogspot.com/2009/11/temas-geradores.html), onde o professor leva os alunos a pensarem, refletirem e aprenderem, tendo assim mais autonomia para encontrar as respostas ou a confirmação para suas perguntas e hipóteses e na busca de novos conhecimentos.
Na interdisciplina de LIBRAS falou sobre a valorização da língua de sinais, (http://inestyska.blogspot.com/search/label/LIBRAS), onde aprendi que os surdos possuem uma linguagem própria, símbolos e signos próprios, portanto é inevitável que se tenha uma educação que leve esses aspectos em consideração, nesse momento podemos questionar se o ideal é que se tenha que adaptar os surdos ao modelo dito como “normal”, talvez estejam os surdos sendo “podados” de suas características quando tenta-se de forma equivocadamente evolucionista dizer que os mesmos estão num estágio de inferioridade, tendo que adaptar-se ao modelo dominante. É fundamental que se tenha no processo de ensino-aprendizagem dos surdos a compreensão dessa cultura própria e o comprometimento com esse desejo quase coletivo dos surdos de não serem apontados como deficientes, mas respeitados através de sua contribuição cultural e social.
Refletindo sobre a inclusão, vejo que é um avanço importante em nossa educação, mas ao mesmo tempo vemos que a escola não está pronta para isso. Temos hoje salas cheias, poucos recursos, professores despreparados e alunos “incluídos” fora do contexto esperado, não proporcionando assim, uma educação de qualidade que tanto sonhamos.
Um comentário:
Oi Inês! Fizeste um apanhado do eixo muito interessante! O semestre trouxe uma riqueza muito grande de conhecimentos para todos, contribuindo evidentemente para tua prática em sala de aula. Bjs, Maura - tutora do SI
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