26.5.09

Educação após Auschwitz


Com base na leitura do texto “Educação após Auschwitz”, de Theodor W. Adorno, e levando em consideração a sua experiência docente no cotidiano escolar, desenvolva argumentos sobre a relação entre educação, civilização e barbárie.

Adorno pauta esse texto em sua constante discussão na relação que se dá entre sujeito x objeto. Segundo ele durante sua obra não deve haver essa separação, seja de um lado o Positivismo dando ênfase à ação do objeto sobre o sujeito, mesma crítica aos que separam os dois dando ênfase ao sujeito, para Adorno ambos são o mesmo, o homem estuda um objeto (sociedade) do qual ele mesmo faz parte, o homem é um ser inacabado, molda-se através da compreensão de sua realidade e a capacidade de modificá-la.
O texto de Adorno nos leva à discussão e crítica a todo e qualquer modelo de educação que produza a padronização entre as pessoas.
Nosso dia-a-dia escolar está recheado de incentivos em moldar nossos alunos de forma coletiva, desde planos de estudos padronizados e pouco flexíveis, bem como as regras de manutenção do ambiente escolar que exercem uma constante coerção no comportamento coletivo, contribuindo na maioria das vezes para que o aluno não se sinta parte integrante da escola.
Outro fator importante a ser discutido é em relação às avaliações escolares inseridos em um sistema que privilegia o bom desempenho, a nota atingida, destaca-se aquele que é tido como o melhor, fruto da sociedade capitalista em que vivemos.
Com essa tendência de coletividade, de predomínio do social sobre o individual, as pessoas cada vez mais se vêem obrigadas a abrir mão de características e aptidões pessoais, seja para identificar-se com seu grupo social buscando destaque ou mesmo pela coerção do mesmo, criando um círculo vicioso de dominação e moldagem sobre um grupo de indivíduos sem autonomia.
A função do professor em linhas gerais deve ser a de não procurar o “melhor aluno”, de forçar a todos de forma coletiva, mas sim de trabalhar de forma a valorizar e explorar as diferentes características e aptidões e fortalecer o senso crítico de forma a auxiliá-los a entender as distorções do modelo sócio-econômico estabelecido, e visando a capacidade de transformação atuando como um verdadeiro intelectual transformador
[1]. Esse trabalho deve ser feito em conjunto com uma escola que propicie um ambiente crítico, de respeito à diversidade aberto aos alunos e sua comunidade como uma instituição aberta às discussões, não exercendo uma função de julgar, mas agir como mediadora dessa discussão solidária.


[1] Termo utilizado por Henry Giroux na obra “Os professores como intelectuais” Artmed – 1997.

22.5.09

Estudo de Caso

A atividade consiste na realização de uma pesquisa (do tipo estudo de caso), com um sujeito com necessidades educacionais especiais de sua escolha. Este sujeito pode ser um aluno seu, um aluno da sua escola ou de outra instituição. A pesquisa será realizada através de registro escrito em forma de relato (relatório narrativo).


Dados de identificação

Nome do aluno: R.S.G

Sexo: Feminino

Diagnóstico:Possui
Paralisia Cerebral Epástica

Idade: 22 anos

Série: T3 ( equivale a 3ª e 4ª série do Ensino Fundamental)

Situação Escolar: A aluna iniciou suas atividades na escola com 8 anos no
CEREPAL, mas não adaptou-se e parou de frequentar. Estudava somente em casa, onde a avó a ensinou a ler e escrever. Com 20 anos decidiu voltar a estudar , e iniciou na SEJA à noite. É uma aluna esforçada, lê, escreve, interpreta a maioria das vezes . Para escrever possui certa dificuldade, pois consegue utilizar somente uma mão e com certa limitação e a outra não tem movimento. Muitas vezes sendo difícil compreender sua grafia. Realiza cálculos com as 4 operações, no início tinha muita insegurança, mas agora está bem mais confiante. Minha relação com ela é ótima, me considera uma amiga. Liga para desejar feliz dia das mães, dia da professora, ...

Situação Familiar: A aluna vive com os avós paternos, tia e primos em Alvorada. A mãe ela não comenta, mas fiquei sabendo que está internada com problemas neurológicos e o pai tem outra família, não a visita. Ela reclama muito da ausência do pai. A avó é doente, mas está sempre presente na vida da aluna.

A aluna é muito interessada, pergunta quando não sabe, adora que a professora sente ao lado para ajudá-la e para bater papo mesmo. Gosta de pedir conselhos, é uma "menina" bem popular, está sempre rodeada por colegas até de outra turma. Seu sonho é ser encaminhada para
AACD para fazer um acompanhamento e quem sabe melhorar seus movimentos motores.

10.5.09

Filme "Clube do Imperador"



Adorei o filme onde pude observar alguns momentos em que o professor Hundert fica frente a frente com alguns conflitos de moral.
A passagem do filme que mais chamou atenção ocorreu durante a final do concurso Júlio César, onde percebe que seu aluno na agia da forma mais correta, ou seja, procurava burlar o concurso, tendo com ele as respostas das diversas perguntas previamente passadas a ele.
O referido professor vê-se frente a frente com o seguinte conflito: ignorar a situação, indo de encontro com os interesses financeiras da escola e seu diretor, tendo próximo a ele um senador pai do aluno infrator, ou seguir os princípios de moral e honestidade os quais procurava manter em sua vida.
No momento do concurso professor Hundert depara-se com princípios como honestidade, ética e justiça e tem que tomar a decisão em silêncio, pois muito daquele momento era fruto de uma decisão anterior onde o mesmo não havia agido de maneira correta segundo seus próprios princípios mudando as notas do aluno beneficiando-o ao mesmo tempo em que prejudicava a outro. Mesmo que sua decisão tenha sido tomada com o intuito de incentivar o referido aluno a crescer, não se preocupou o suficiente em imaginar que conseqüências poderiam trazer futuramente para os alunos e para sua própria consciência.
Acredito que não foi correta a postura do professor, resultado disso aparece no final do filme, onde sua ação anterior pode ter contribuído de forma decisiva na formação do caráter do aluno, talvez aquele momento de dificuldade anterior pudesse ser utilizada não como uma barreia em seu desenvolvimento mas um obstáculo a ser ultrapassado podendo contribuir diretamente no amadurecimento do aluno, o que talvez tenha acontecido com o aluno que foi retirado da final do concurso, apresentando-se um cidadão mais correto moral e eticamente.