26.4.10

Reflexão da Segunda Semana

Esta semana trabalhei com minha turma a temática “Eu e o outro”. Levei os alunos até a biblioteca da escola e contei a história “Uma Joaninha Diferente”, sobre uma joaninha que nasceu sem as bolinhas e não aceita por ser diferente. No decorrer da história questionei os alunos, se no dia-a-dia devemos tratar diferente um colega por usar óculos, ser mais gordinho, ser negro ou, por exemplo, estar numa cadeira de rodas? Todos responderam que não, alguns disseram que devemos aceitar os colegas como são. Aproveitei para falar que às vezes não deixamos um colega participar de uma brincadeira ou de sentar no nosso grupo, será que estamos respeitando o outro agindo desta forma? Segui associando a história da joaninha que não a aceitavam por não ter bolinhas e da ideia que ela teve de pintar um besouro fazendo as outras acreditarem ser uma joaninha só por ter bolinhas.


Depois da hora do conto voltamos para sala de aula e cada aluno fez um desenho sobre a história.Retomamos falando sobre o índio, sobre a importância do índio na nossa cultura, e como é visto em nossa história e nos dias de hoje. Pretendo trabalhar o índio a semana inteira para mostrar aos alunos a importância do índio em nossa história e por ser um tema que todos devemos trabalhar legalmente, de acordo com:

Art. 1o


O art. 26-A da Lei no 9.394, da LEI Nº 11.645, DE 10/03/2008 e 20/12/1996, passa a vigorar com a seguinte redação:


Art. 26-A


Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.


§ 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. § 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.


Independente de ser lei sempre trabalhei nestes 19 anos de sala de aula a cultura afro e indígena durante todo o ano letivo em sala de aula.

Depois de conversar com a turma montamos um índio, um aluno deitou (Leonardo) no chão sobre um papel pardo e a professora contornou o corpo, onde foi recortado em volta. Após cada aluno desenhou as partes do corpo do índio e colocou as penas e outros enfeites. Ficou um amor o nosso “Índio Cara Pálidanome escolhido pela turma para o índio, coloquei pendurado no varal na sala de aula. Durante a atividade os alunos participaram de uma forma espontânea onde cada um queria contribuir


E segundo Freire (1996, p. 46),


uma das tarefas mais importantes da prática educativo-crítica é propiciar as condições em que os educandos em suas relações uns com os outros e todos com o professor ou a professora ensaiam a experiência profunda de assumir-se. Assumir-se como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque é capaz de amar”.


Outra atividade significativa foram as atividades com foto dos colegas da turma, onde tinham que pesquisar no mural da turma o nome do colega para escrever ou colocar a letra inicial. Também tinha uma atividade de número e quantidade envolvendo fotos dos colegas. Eles ficaram ansiosos para mostrar aos pais quando chegassem em casa.

O filme “Kiriku e a Feiticeira ”, infelizmente não foi possível passar aos alunos, pois o monitor da escola não conseguiu colocar o som, tentou de várias mas não teve jeito. Tive que mudar o planejamento onde retomei o tema “índio” e criamos um texto coletivo sobre o boneco. Este foi texto criado pela turma.



ÍNDIO CARA PÁLIDA

O ÍNDIO CARA PÁLIDA MORA NA FLORESTA.


ELE GOSTA DE DANÇAR, CAÇAR DE ARCO E FLECHA, PESCAR E CUIDAR DA NATUREZA.


ELE É MUITO LEGAL E ENGRAÇADO.



AUTORES: ALUNOS DA TURMA 113



Levarei o texto digitado para cada um colar no seu caderno na segunda-feira. Deixarei um texto também em tamanho maior para colocar no varal da sala de aula.

Como dizia Paulo Freire, “comunicar-se com os alunos é altamente positivo, contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis e críticos”. Ainda:


Como educador, devo estar constantemente advertido com relação a este respeito que implica igualmente o que devo ter por mim mesmo. ...o respeito à autonomia e à dignidade de cada um é um imperativo ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros. (FREIRE,1996, p. 59).

Um comentário:

mauranunes.com disse...

Oi Inês! A partir de teus relatos, as atividades estavam bem interessantes, motivando o trabalho e interesse dos alunos. No entanto te pergunto: como foi para ti a realização destas atividades, como sentiste? Seria interessante que fizesses essa relação, aproveitando o sentido também que fez para ti as citações que colocastes em teu texto ok! Te aguardo, bjs! Maura - tutora do SI